Bom dia a todos!
Tal como solicitado pelo Irmão Luís Miguel, e para quem perdeu uma noite fantástica à conversa com o Padre Carlos Carneiro, sj, venho deixar um resumo do que ouvimos.
Apesar de, como o próprio disse, já não namorar há 30 anos, o Padre Carlos mostrou-se verdadeiramente fã do casamento, da sexualidade e dos afectos, numa abordagem moderna e compreensiva. Admitiu que todos procuramos ser realizados e encontrados mas nem todos fazem do Amor um projecto.
Considera que, actualmente, as pessoas (mesmo de uma faixa etária mais elevada) vivem envoltos numa falta de responsabilidade afectiva que os torna menos assertivos - os jovens não sabem viver o Amor porque não foram educados para tal. Existe uma falta de compromisso crónica e um facilitismo nas relações que as torna menos significativas. Os adultos já não assumem o papel de modelos por considerarem que apenas as crianças são puras, descuidam as relações que ensinam e traem, desta forma, aqueles que educam, promovendo a infidelidade e o desprendimento.
Contando histórias que viveu e viu viver, diz-nos que existe uma diferença entre o Amor e a atracção que muitas vezes não é reconhecida: o Amor é uma opção consciente - tal como a afectividade, exige trabalho, dedicação, entendimento e compromisso, esforço este que muitos teimam em não aceitar.
No entanto, considera que não devemos perder a espontaneidade mas sim controlar a intensidade exagerada e fugaz que nos torna mais máquinas e menos sentimentais.
Apesar de muitas vezes parecer retrógrada, a igreja desempenha ainda um papel educador, permitindo às pessoas viverem o amor de forma saudável e assumidamente plena. Defende que "não é a quantidade que dá a qualidade mas sim a verdade", já que é feito um apelo à liberdade que temos para escolher o que queremos ser e ter!...
Sabendo que todos já fomos rejeitados ou nos apaixonamos pelas pessoas erradas pelo menos uma vez na vida, o Padre Carlos acredita que devemos saber reconhecer e brincar com as situações de frustração ou fracasso. Como cristãos, temos que reconhecer o nosso papel junto dos outros no dia-a-dia, actuar de acordo com o que Deus nos ensina, tendo sempre presente que ele tem que cuidar de amar e relacionar-se com todos, sem excepção.
Com muita experiência neste campo das relações humanas e com a simplicidade e honestidade que lhe são características, o Padre Carlos defende que todos podemos melhorar afectivamente, podemos dar não só porque recebemos, amar não só porque somos amados, não entrar na "moda" de embrutecer ou perder a delicadeza, espantar o medo do pecado mas reconhecer as atitudes egoístas e eliminá-las. Rejeitar a ideia de que somos infiéis porque a biologia pode explicá-lo, desresponsabilizando-nos, e acreditar que a fidelidade connosco e com o próximo é uma questão de liberdade e opção!
Tentando resumir o tanto que recebemos ontem à noite, acho que é isto!
Desafio os restantes elementos da Comunidade que lá estiveram a deixar a sua opinião e/ou completar esta informação!
Um resto de boa semana!!
6 Comentários:
O testemunho do Pe. Carlos Carneiro foi realmente inspirador e, apesar de não ser casado e de já não namorar há muito, demonstra saber muito sobre a essência do casamento e das relações interpessoais.
Mostrou-nos que o casamento não é fácil, dá trabalho todos os dias, é preciso cuidar as relações e conquistar as pessoas todos os dias. E o mesmo é válido para qualquer outra relação, seja ela de amigos, namorados ou até de colegas de trabalho. No entanto não deixa de ser fascinante a aventura de estar presente na vida das pessoas e deixar um bom sentimento no coração de quem faz parte da nossa vida.
Os exemplos que nos deu mostram como até ele é uma pessoa "bem casada", tal como o exemplo que nos deu de Jesus, pois nutre as relações do seu dia-a-dia da forma mais importante: com carinho (ou caridade) e compreensão.
Apesar de nem todos os dias da vida serem bons, o Pe. Carlos reforçou-nos a ideia de que podemos desvalorizar esses dias ou algumas atitudes que não gostamos tanto, porque apesar de nos desiludirmos com as pessoas não quer dizer que nos tenhamos que decepcionar e ficar magoados para sempre. O importante são as pessoas e não as coisas e as situações.
A sua visão vanguardista da religião e da vida em comunidade cristã mostrou-nos como o modelo que a igreja cristã nos oferece continua a ser actual e imperativo. Assistimos todos os dia, nesta sociedade, a um descuidar crescente das relações e dos afectos de que todos carecemos. Apesar dos nos queixarmos, nós cristãos temos que ser os primeiros a mudar a nossa vida e a dos que moram à nossa volta.
Foi uma comunicação realmente interessante!
Deixo a sugestão dada pelo padre Valério: na próxima semana, quarta e quinta, há um workshop de oração (teoria e prática) que me parece ser bastante interessante tendo em conta o tema que o Daniel tem para preparar!
Abraço e um resto de boa semana para todos.
Muito obrigada pela partilha do serão que tiveram no CAB.
Pelo que li e ouvi dizer, deve ter valido muito a pena e fico mesmo com muita pena de não poder ter estado.
Gostei muito da vossa descrição e acresce-me pensar que é um tema sobre o qual temos que ouvir falar mais vezes.
Paula
bem, inspirador tou a ver que foi!!!!
Pena não ter ido!
Em relação à tua proposta Miguel, parece-me bem, mas temos então que marcar outro dia pra dar o tema!
beijo
Foi realmente muito bom o tempo que passamos a ouvir o Padre Carlos.
Que dom da oralidade.
Foi mesmo bom ouvir a simplicidade com que falou sobre relações.
Como não tenho facebook...
Gosto
Estou cntente de entrar na internet, mesmo que seja de emprestado, em tanto que os colegas do Daniel arranjam o telefone do colegio.
Gostei muito da comunicação sobre a palestra que tivestes a sorte de escutar. É muito interessante o que reflectis. Obrigado. É muito bom que o nosso blog se faça eco destas experiências. E que nós poderemos continuar a reflectir, se calhar.
Interessante e, acho, práctico para a nossa comunidade,embarcada numa aventura de amor divino e humano.
Ânimo,
Luis Miguel
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